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29 Setembro, 2019
Exame oftalmológico pode indicar risco de AVC!
por Rui Avelino | Retina

Muitos pacientes ficam surpreendidos quando o médico cardiologista os encaminham para uma visita ao… oftalmologista! Fique a saber que a relação entre as duas especialidades é de longa data, principalmente através do exame de fundo de olho.

Pacientes diabéticos e hipertensos estão sempre entre os grupos de risco de graves doenças cardiovasculares, como os AVCs. Porém, poucos métodos na medicina são capazes de dizer com precisão quando o problema é iminente ou não. Por isso, um procedimento oftalmológico como a fundoscopia tem colaborado bastante com esse tipo de previsão.

A fundoscopia ou exame de fundo de olho é um método simples, não invasivo e de baixo custo que permite avaliar e visualizar as artérias, veias e capilares, para além do nervo óptico e retina. Pode ser feita sem dilatação da pupila, através de fundoscopia direta, ou indireta (com dilatação) através de uma retinografia por exemplo.

A fundoscopia auxilia o cardiologista principalmente em relação à hipertensão arterial sistêmica, mas não só. A hipertensão atinge os vasos sanguíneos de todo o corpo humano, inclusive os pequenos vasos da retina que observamos na retinografia. É a chamada retinopatia hipertensiva. Nas diversas fases da doença podemos observar estreitamento e tortuosidade dos vasos sanguíneos, edema de papila (nervo óptico) e alterações na retina, como hemorragias, macro e microaneurismas, edema e exsudados. 

Com a caracterização da retinopatia hipertensiva podemos não só suspeitar do diagnóstico em hipertensos não tratados como também estimar a gravidade e o tempo de instalação da doença. Dessa forma, auxilia o cardiologista a definir melhor seu plano de tratamento e acompanhamento do paciente. 

O exame de fundo de olho será, então, repetido em intervalos maiores ou menores dependendo da gravidade do caso. As visitas regulares ao oftalmologista também são importantes para detetarmos e tratarmos as complicações da retinopatia hipertensiva, muitas das quais podem ameaçar a visão.

As doenças podem ser várias, mas “o doente é um só” oftalmologista e cardiologista trabalham juntos pela manutenção da saúde do paciente.

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