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17 Novembro, 2019
Bebés prematuros – o que os pais devem saber e o papel do oftalmologista!
por Miguel Mendes | Oftalmologia Pediátrica

Todos os dias em Portugal, nascem bebés prematuros. Portugal é a nível da Europa um dos países onde a taxa de prematuridade é mais alta e que tem vindo a aumentar.

Todos nós sabemos que a visão é um dos mais importantes sentidos no desenvolvimento físico e cognitivo da criança. Em recém-nascidos prematuros, as funções visuais podem ser prejudicadas quando comparadas às das crianças de termo em idade escolar. Isto ocorre mais pela imaturidade do sistema nervoso central do que por lesões localizadas em estruturas oculares.

Os bebés prematuros devem ser observados pelo oftalmologista, pois a retinopatia da prematuridade (doença retiniana que pode causar cegueira irreversível) está entre as primeiras causas de cegueira infantil em todo o mundo. Imensos estudos já realizados confirmam que a retinopatia da prematuridade, o estrabismo e os erros de refração são as principais alterações oculares secundárias à prematuridade.

A oftalmoscopia poe RetCam faz o diagnóstico!

O tratamento da doença inclui fotocoagulação a laser e injeções intravitreas de Anti-vegf.

Por essa razão, a Sociedade Portuguesa de Pediatria e a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia recomendam que todos os recém-nascidos de baixo peso (menos 1500 gramas de peso) e/ou prematuros (menos de 32 semanas de gestação) sejam avaliados por um oftalmologista. A observação deve ser feita sempre até que a retina tenha completado o seu desenvolvimento.

Todos os recém-nascidos prematuros, mesmo os que não desenvolveram retinopatia da prematuridade, deve manter acompanhamento anual com oftalmologista a fim de prevenir e tratar as alterações oftalmológicas secundárias. O diagnóstico atempado de doenças, um tratamento efetivo e uma estimulação visual precoce permitem à criança uma integração maior com seu meio.

Fatores de risco da prematuridade

A probabilidade de um parto pré-termo é maior em algumas situações como:  

História prévia de prematuridade;

Recurso a técnicas de procriação medicamente assistida;

Pré-eclâmpsia (disfunção dos vasos sanguíneos);

Descolamento da placenta;

Malformações fetais;

Gemelaridade;

Hipertensão arterial, diabetes, historial de infertilidade, gemelaridade ou malformações.

Como se define a prematuridade

Um bebé que nasce antes das 37 semanas é considerado um bebé prematuro. A idade gestacional e peso do bebé determinam depois a classificação do nível de prematuridade em causa.

Prematuro pré-termo limiar: 33 a 36 semanas

Prematuro moderado: 28 a 32 semanas

Prematuro extremo: Menos de 28 semanas

Prematuridade segundo o peso à nascença

Prematuro de baixo peso:
Entre 1,5 e 2,5 kg

Prematuro de muito baixo peso:
Entre 1 e 1,5 kg

Prematuro de extremo baixo peso:
Menos de 1 kg

Como são os bebés prematuros?

Baixo peso;

Pouca gordura;

Cabelo escasso;

Orelhas finas e moles;

Cabeça grande e desproporcionada em relação ao resto do corpo;

Pele fina, brilhante e rosada, por vezes coberta por lanugo (penugem fina);

Veias visíveis sob a pele;

Músculos fracos e atividade física reduzida (tende a não elevar os braços e as pernas);

Reflexos de sucção fracos ou inexistentes;

Respiração irregular.

A imaturidade de todos os sistemas torna os bebés prematuros muito mais vulneráveis. Em menor ou maior grau, os bebés revelam dificuldades em cumprir as funções básicas, fundamentalmente em três áreas essenciais: controlo da temperatura corporal, respiração e alimentação.

“Quanto maior a prematuridade, maior a imaturidade e maior a probabilidade de existirem complicações relacionadas”

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