A resposta é não!
O Glaucoma é uma doença ocular crónica, que não tem cura, originada a partir de lesões no nervo ótico que pode levar à perda total de visão (cegueira).
O nervo ótico é responsável por levar as informações que vemos ao cérebro, qualquer lesão nessa região pode interferir na qualidade da visão.
Quanto mais precoce for feito o diagnóstico (exames rigorosos), maiores serão as hipóteses de evitar a sua perda da visão. Cerca de 80% dos casos não apresentam sintomas no início da sua doença.
Na maioria dos casos pode ser controlada com tratamento adequado e continuo.
Entretanto desde há diversos anos alguns estudos científicos revelam uma associação entre o consumo de cannabis e uma baixa transitória das pressões oculares, o que leva a levantar a questão se devemos, ou não, usar a cannabis como tratamento adjuvante no glaucoma.
Os resultados obtidos dessas investigações é que apesar de induzir uma baixa de pressão intraocular, não é um tratamento adequado quer pela sua reduzida eficácia e duração, quer pelos seus efeitos secundários associados. Ou seja, revelou apenas uma redução temporária da pressão intraocular, de cerca de 3 horas. Para além disso, também foi detetado é que ela pode causar um efeito contrario ao desejado, ainda mais prejudicial ao glaucoma, devido à redução da pressão arterial provocada pela cannabis. Ao reduzir a pressão arterial, o suprimento sanguíneo que irriga o nervo óptico é atingido, prejudicando ainda mais a lesão glaucomatosa.
De qualquer das formas deve de informar sempre o seu médico oftalmologista do seu consumo.
Atualmente, a principal forma de tratamento consiste na redução da pressão intraocular a qual é obtida com uso de medicamentos na forma de colírios, mas também por via oral. Para além disso também existe ainda o laser ocular e as cirurgias, ambas indicadas nas situações em que os pacientes não são respondedores à terapêutica por “má compliance” ou progressão da doença por exemplo.