O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES ou apenas Lúpus) é uma doença inflamatória crônica que apresenta como base uma desregulação do nosso sistema de defesa/sistema imunológico – característica inerente às doenças autoimunes. Predisposição genética, alterações hormonais e ambientais fazem parte do desenvolvimento dessa condição.
Afeta qualquer pessoa, especialmente as mulheres (maior incidência dos 20-45 anos), que correm mais risco do que os homens.
É uma doença crônica de origem desconhecida que causa a inflamação de órgãos como pele, fígado, olho e cérebro, entre outros.
Formas de lúpus
- O cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele (geralmente avermelhadas ou eritematosas e daí o nome lúpus eritematoso), principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar como a face, as orelhas, abaixo do pescoço (“V” do decote) e os braços);
- Sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são atingidos.
Sintomas
São diversos e tipicamente variam em intensidade de acordo com a fase de atividade ou remissão da doença.
– cansaço;
– depressão;
– febre baixa sem causa aparente;
– emagrecimento;
– perda de apetite;
Clinica
As manifestações podem ocorrer devido à inflamação na pele (erupção na face, bem como no nariz e bochechas (lesão na asa de borboleta), articulações, olhos, rins, nervos, cérebro e membranas que recobrem o pulmão (pleura) e o coração (pericárdio).
Diagnóstico
O diagnóstico é feito através do reconhecimento clínico de um ou mais dos sintomas.
Em muitos casos, o diagnóstico da doença pode chegar a demorar meses ou inclusive anos, para chegar a um diagnóstico correto costumam fazer-se uma série de exames como:
– Análise ao sangue.
– Biópsia de pele.
– Outros (estudos…)
Os testes laboratoriais, só por si, não são suficientes. Nalguns casos o diagnóstico é difícil porque os dados clínicos nesse momento não são suficientes.
Tratamento
O objetivo do tratamento é a prevenção da lesão de órgãos vitais e a manutenção da doença na fase inativa. Pode incluir fármacos, exercício e repouso adequados, dieta e a não exposição à radiação ultravioleta e ao stress.
Medicação: Os fármacos são necessários para a maioria dos doentes e constituem a forma mais eficaz de tratar as formas graves. Estes podem ter de ser alterados de acordo com as fases da doença. Os medicamentos mais utilizados são os anti-inflamatórios, que diminuem a inflamação e a dor, e que são úteis durante as fases agudas da doença; os anti maláricos, que ajudam a estabilizar o sistema imune; os corticoides, importantes nas formas cutâneas e articulares graves; os imunossupressores, que permitem reduzir a resposta inflamatória autoimune que existe no Lúpus; as imunoglobulinas e outros fármacos mais recentes (terapêuticas biológicas);
Exercício e fisioterapia: É essencial um adequado equilíbrio entre exercício e repouso. A fisioterapia e o exercício aeróbio adequado (sobretudo na água) ajudam a relaxar e a manter a função dos músculos e articulações;
Dieta: Pode ser um fator determinante sobretudo quando existe compromisso do rim e deve ser ajustada a cada caso;
Cuidados e proteção na exposição solar: É essencial evitar a exposição aos raios ultravioleta (solares ou artificiais), tanto direta como indiretamente, uma vez que essa exposição pode precipitar surtos na pele e noutros órgãos. O uso de protetores solares (com fator de proteção alto) em todas as atividades ao ar livre, quer no verão, quer no inverno, nas áreas expostas é fundamental. Evitar as horas de maior exposição solar durante os meses de maior calor e o uso de vestuário adequado (mangas compridas, chapéus de abas largas, roupa de cores claras), também pode ser muito importante.
A nível ocular, qual a sua relação?
Pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) podem apresentar quadros de inflamações oculares como: uveíte, vasculite e esclerite. Outra queixa comum é a de olho seco. Os sintomas podem ser muito variados! Eles incluem: secura ocular, sensação de areia nos olhos, visão dupla, visão turva, perda da visão… dependendo da estrutura acometida. Além disso, a hidroxicloroquina (medicação muito usada para tratamento do Lúpus) tem o potencial de causar lesão nas células da retina. Dessa forma, é extremamente importante o acompanhamento regular com oftalmologista.
Na presença dos sintomas procure o seu médico de família ou um Reumatologista.