Algumas doenças oculares podem provocar uma perda de visão súbita. Por isso, devemos estar atentos a todos os sintomas que aparecem nos nossos olhos. Às vezes, é possível detetar a causa precocemente evitando sequelas graves. A perda de visão repentina pode não ser corrigida com a utilização de óculos ou lentes de contacto. A visão pode ficar muito limitada (caso da perda parcial) ou absolutamente comprometida (na perda completa).
1. DESCOLAMENTO DE RETINA
Existem 3 tipos de descolamento da retina:
- Exsudativo (secundário a doenças inflamatórias);
- Tracional (comum em pessoas com diabetes);
- Regmatogênico (forma mais comum que ocorre devido a uma rasgadura na retina). As características aqui apresentadas referem-se ao tipo regmatogênico.
O descolamento de retina é uma doença que atinge milhares de pessoas e que pode evoluir para perda de visão, principalmente se o paciente demorar a procurar o tratamento adequado. Trata-se de uma doença que ocorre quando uma parte ou toda a retina se descola da parede do globo ocular devido a rasgaduras internas. Por isso, o seu tratamento deve ser o mais precoce possível (cirurgia).
2. OCLUSÃO DA ARTÉRIA CENTRAL DA RETINA
A oclusão da artéria central da retina pode ser descrita como uma repentina, indolor e grave perda da visão por falta de irrigação vascular na retina, ou seja, o sangue não consegue chegar até as células da retina, ocorrendo hipóxia. O exame de fundo de olho mostra a retina com uma coloração bem esbranquiçada, consequência da falta de sangue, com uma parte central escura, o que chamamos de aspecto de mácula em cereja.
A maioria dos casos acontece em pessoas que estão na faixa dos 60 anos, homens sendo raro o aparecimento em pessoas abaixo de 30 anos.
É um caso extremamente grave, pois na grande maioria dos casos há um comprometimento importante da visão. O seu tratamento (hiperbária) deve ser feito de forma imediata, dentro de poucas horas após o início do quadro.
3. OCLUSÃO DE VEIA CENTRAL DA RETINA
A Oclusão da veia central da retina (OVCR) nada mais é que o bloqueio ou a obstrução da veia central, ou seja, o sangue não tem como sair do olho e acaba extravasando para a retina. Portanto, o achado do exame de fundo de olho característico é a presença de hemorragias em toda a retina. Pode-se dizer que a OVCR ocorre, mais frequentemente, em pessoas com mais de 65 anos.
Causa uma perda de visão repentina e indolor. O sintoma mais comum é a visão turva ou desfocada. É uma doença que pode estar associada ao aumento de pressão arterial ou aumento de pressão do olho (glaucoma). Seu tratamento também deve ser feito de forma precoce. Em geral, utilizam-se as injeções intravítreas de antiangiogênico, mas a fotocoagulação a laser também pode ser realizada.
4. DEGENERAÇÃO MACULAR
A degeneração macular apresenta 2 formas:
- seca ( 90% dos casos);
- húmida (10% dos casos);
Os pacientes que apresentam a forma húmida podem evoluir com perda repentina da visão. Nesse tipo, ocorre um extravasamento de corante para a região macular (porção central da retina) do paciente. A queixa mais comum nessa doença é o aparecimento de uma mancha escura na visão central. Seu tratamento também deve ser imediato, sendo feito com injeções intravitreas de antiangiogênico.
5. LESÕES NA CÓRNEA
A córnea corresponde a parte mais anterior do olho, portanto fica proxima ao ar ambiente, sendo responsável pela maior parte do poder de refração do olho.
Qualquer alteração nesta estrutura, secundária a alguma lesão (p. ex. queratite) podem levar a dificuldade visual posterior. Por vezes pode levar a lesões irreversíveis e perda de visão permanente.
Em geral, na maioria dos casos, conseguem ser reversíveis, e assim se recupera a integridade da córnea.
6. DIABETES
Conhecido por prejudicar a qualidade de vida de muitas pessoas, a diabetes também pode causar danos na visão, sejam temporários ou permanentes. Isso acontece porque o diabetes é capaz de afetar a retina e prejudicar a visão..
A consequência mais grave do excesso de glicose no sangue é o desenvolvimento de uma doença chamada retinopatia diabética (grave complicação que acontece secundária ao dano nos vasos sanguíneos da retina. Essas alterações podem causar sangramentos (hemovitreo), perda ou alterações da visão.
7. ENXAQUECA
A enxaqueca, conhecida por sintomas como intensas dores de cabeça, pode causar uma perda temporária da visão. São as chamadas enxaquecas com aura.
Esses sintomas que afetam a visão durante uma crise de enxaqueca podem variar bastante de pessoa para pessoa. Os mais comuns são manchas no campo de visão, pontos brancos ou pretos, linhas em zigue-zague, flashes de luz e distorções, além da perda temporária da visão. Muitos pacientes relatam, inclusive, que as mudanças na visão antecedem as dores de cabeça de uma enxaqueca.
8. HIPERTENSÃO
O aumento súbito da pressão arterial pode causar os derrames na retina ou na conjuntiva.
Contudo, casos onde há o aumento da pressão arterial para níveis muito elevados (acima de 200 mmHg de pressao sistólica) pode causar lesão do nervo óptico, chamado de neuropatia óptica hipertensa.
O controle da hipertensão deve ser feito cuidadosamente.
Um dado interessante sobre a cegueira súbita é que ela acontece mais frequentemente em apenas um dos olhos. Além disso, em muitos casos, os pacientes não percebem de forma clara a baixa da visão.
Para evitar essas doenças
- Cuidar da saúde do organismo como um todo
- Alimentação correta e equilibrada
- Exercícios físicos regulares
- Vigilância médica regular
