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20 Dezembro, 2021
Natal I Quais os melhores brinquedos para os olhos das crianças
por Rui Avelino | Oftalmologia Pediátrica

Nesta altura do ano uma boa percentagem de lares está cheia de brinquedos e nossas preocupações agora são como os devemos armazenar ou como limitar o tempo de jogo antes do regresso da escola.

Por acaso já perguntou a si próprio quais os brinquedos ideais para os olhos das crianças?

Obviamente não se pode perguntar as crianças que vivem o Natal com tanto entusiasmo que, além de desejar os seus presentes, tenham consciência da idoneidade deles. Esse trabalho de controle fica por conta dos pais, mães, avós, avôs … e se não foi feito antes de fazer os pedidos, nunca é demais rever os novos brinquedos que chegaram em casa.

Brinquedos infantis e saúde visual

Ao comprar ou oferecer, certifique-se de que os brinquedos não representam uma ameaça à saúde visual das crianças.

O mais importante é escolher um entretenimento adequado à idade e evitar objetos afiados ou pontiagudos que podem causar ferimentos. Também tenha cuidado com pistolas, flechas ou pequenas bolas que podem ser usadas como projéteis.

Escolha brinquedos que, se lançados, suportem o impacto e não se partam em pedaços que possam representar perigo.

Para sua total tranquilidade, é necessário verificar a certificação na embalagem dos brinquedos para ver se está de acordo com todas as normas de segurança. Leia os avisos e instruções com muita atenção.

Que brinquedos são bons para os olhos das crianças?

Desde os primeiros meses de vida convêm sempre escolher os brinquedos com cuidado. Ao nascer, as crianças praticamente não apresentam acuidade visual, pois carecem de maturação ocular.

Nos estadios iniciais, é melhor escolher peças grandes de cores bem vivas. Uma vez que a visão binocular e colorida se estabilize, a coordenação olho-mão pode começar a se desenvolver. Nessa altura, os mais pequenos podem começar a brincar com simples cubos, brinquedos com formas geométricas, bolas de cores suaves.

A visão estará mais desenvolvida depois dos 3 anos, já que atinge 50% do seu potencial. Nesses anos os quebra-cabeças que estimulam a percepção e a memória visual são bons: dominós, peças encaixáveis, ferramentas simples.

Para brincar ao ar livre

Em todos os casos, e em todas as idades, recomenda-se que as crianças brinquem ao ar livre, em ambientes que lhes permitam exercitar a visão a todas as distâncias (perto, média e longe) e que apreciem ambientes com muita luz.

Quando ficam mais velhos, começam a brincar com dispositivos digitais. O uso desses “brinquedos” não é recomendado para menores de 12 anos e seu uso deve ser evitado por mais de 15 -30 minutos consecutivos.

Tenha cuidado com o uso e abuso de consoles de jogos, telémoveis ou tablets. Esse hábito está fazendo com que haja uma progressão da miopia nos mais jovens. Por outro lado, o uso inadequado desses dispositivos digitais pode causar fadiga visual e, no pior dos casos, gerar problemas oculares, como o aparecimento de presbiopia em idade precoce.

Seja qual for o brinquedo e dependendo da idade das crianças, leia todos os avisos dos fabricantes e não se esqueça de os supervisionar nas suas brincadeiras e ensiná-los a utilizá-los de forma divertida e segura.

O jogo é uma boa oportunidade para detetar doenças oculares

Brincar são ótimos momentos para observar cuidadosamente os mais pequenos e observar atitudes ou comportamentos que podem nos dar pistas sobre alguns problemas oculares. É na idade pediátrica que o diagnóstico precoce dos defeitos oculares é fundamental para que sejam corrigidos e não deixem sequelas que levem a patologias graves. As patologias mais frequentes e que podemos detetar são a miopia, hipermetropia, astigmatismo, olho preguiçoso, estrabismo, tumores, entre oiutros.

Os sintomas que podem nos colocar em alerta enquanto as crianças brincam são:

  • Piscam excessivamente
  • Esfregam os olhos de forma repetida
  • Pisca ou aperta os olhos para ver melhor
  • Chega-se muito perto do livro ou brinquedo
  • Desinteresse pelos brinquedos ou objectos
  • Fecha um olho ao olhar para longe
  • Falha em pegar uma bola que é lançada nas mãos
  • Dificuldade em realizar tarefas simples que envolvam a visão

Se algum desses sintomas persistir, marque para uma consulta de oftalmologia

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