Principal causa de transplantes nos jovens.
O Queratocone é uma ectasia da córnea de origem não inflamatória, que leva a um adelgaçamento progressivo da zona central ou paracentral da córnea e consequente deformação cônica.
Sendo habitualmente bilateral, tem inicio na puberdade, não havendo predominância por género ou raça.
Pode evoluir durante a segunda e terceira década de vida, quando por norma se estabiliza.
A ectasia e a menor espessura da córnea provocam um astigmatismo irregular que vai aumentando á medida que a doença progride.
Nos casos mais avançados pode evoluir para rotura da membrana de descemet e consequente edema estromal agudo (hidropisia), com rápida e acentuada perda da acuidade visual.
...acuidade visual pode ser corrigida com o uso de óculos.
Quando os óculos não resultam temos de recorrer e tentar usar lentes de contacto rígidas.
Existem atualmente, para tentar regularizar a córnea e/ou atrasar a sua progressão a possibilidade de colocação de segmentos de anéis intracorneanos e da realização de Crosslinking sobre a córnea. Este tipo de cirurgias estão cada vez mais a serem usadas (segundo critérios clínicos), padronizadas e eficazes na prevenção da progressão da doença, pelo que devem ser feitas sempre que a doença esteja em progressão.
Nos casos mais graves e avançados, a única solução poderá passar pelo transplante de córnea.
Na atualidade, o transplante pode-se realizar, em muitos casos, com recurso a uma das camadas da córnea (Transplante lamelar anterior), conservando-se assim dessa forma parte da córnea do paciente.
O queratocone é uma patologia onde a córnea normal adquire uma forma cónica.
Esta forma provoca alterações na curvatura corneana, e por sua vez na qualidade visual.
Por norma as pessoas não se apercebem da doença e são tratadas como se tivessem astigmatismo.
Normalmente é na adolescência, entre os 15 e os 20 anos, mas pode manifestar-se mais cedo ou mais tarde.
Pode ou não pode progredir, depende de pessoa para pessoa e sendo que após os 30-35 anos a sua progressão é mais lenta.
O queratocone afeta homens e mulheres de igual forma, podendo ocorrer em ambos os olhos em cerca de 85-95% casos, mas o seu desenvolvimento é normalmente assimétrico.
Embora a sua etiologia não seja clara, sabe-se que há uma forte relação com a alergia ocular, o coçar constante dos olhos e fatores genéticos.
O queratocone pode ser hereditário em aproximadamente 25% dos casos.
O queratocone não se consegue prevenir, mas conseguimos parar a sua evolução.
A sua deteção precoce pode evitar em muitos casos avançados o recurso ao transplante de córnea.
Nos casos mais leves, podemos conseguir uma boa visão com o uso de óculos ou lentes de contato rígidas, sendo que nos casos em que há progressão, o Crosslinking ou os anéis intracorneanos são uma boa opção cirúrgica, impedindo que o queratocone avance, melhorando a regularidade da córnea e a sua acuidade visual.
Nos casos mais leves, eles muitas vezes nem são detetados, sendo somente diagnosticados por estudos topográficos.
É recomendável que os familiares diretos dos pacientes com queratocone, pese embora não estejam aparentemente afetados, sejam observados, já que podem ser portadores da doença.
A população de maior risco são as crianças, adolescentes e jovens, pelo que é importante promover uma observação ocular entre estes grupos de idade.
O evitar coçar os olhos é o mais importante, sendo o principal fator de risco.
A lubrificação ocular deve fazer parte do quotidiano da pessoa.
As lentes de contacto dão melhor acuidade visual pelo efeito de regularização da superfície da córnea.
Deve de evitar fazer quaisquer esforços físicos, evitar os traumatismos diretos no olho e cumprir a medicação passada pelo médico oftalmologista.
A maioria dos pacientes queixam-se de diminuição da visão. Em algumas ocasiões, pode ocorrer dor ocular, sensação de corpo estranho, fotofobia ou halos.
Deve de ser observado imediatamente pelo seu oftalmologista.
É uma ectasia periférica da córnea, caraterizada por uma banda de adelgaçamento com cerca de 1-2 mm de largura, tipicamente ao nível inferior da córnea.
Ao contrário do queratocone, a maior protusão ocorre acima e não ao nível do maior adelgaçamento. Este facto confere á córnea um aspeto que faz lembrar uma barriga, com astigmatismo contra a regra.
O queratoglobo é uma ectasia bilateral não progressiva ou que progride muito pouco. A protusão generalizada da córnea provoca um adelgaçamento de toda a córnea, mas mais acentuado na periferia.
O tratamento faz-se com recurso ao uso de óculos que servem também como proteção, sendo que o uso de lentes contacto não é fácil de adaptar e o transplante deve ser apenas quando obrigatório.
Aqui, o adelgaçamento da córnea, deve-se a um aumento da curvatura da face posterior da córnea, enquanto a face anterior permanece inalterada.
Por vezes, ao nível da ectasia da face posterior da córnea há cicatrizes e córnea gutatta.
Normalmente a face anterior esta preservada, o astigmatismo quando ocorre é regular, o que explica o porquê destas pessoas habitualmente não terem grandes baixas da acuidade visual e quando tal ocorre, deve-se a ambliopia ou a cicatrizes da córnea.